Edilson Ricardo da Silva, ex-policial militar e membro do PRTB de Mogi das Cruzes, teve sua candidatura a vereador suspenso pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A decisão tem por base a sua publicação por associação criminosa, relacionada com o caso Novo Cangaço, ocorrido há menos de oito anos, o que infringe a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 64/90).
Edilson foi condenado em 2016 a 2 anos e 4 meses de prisão, com a confirmação da pena em 2018 e sua extinção em 2020. Mesmo assim, a Justiça Eleitoral desde que o período de inelegibilidade ainda esteja vigente, resultando no indeferimento de sua candidatura. Além da Justiça comum, ele também foi condenado pela Justiça Militar por roubo avançado, em decorrência de sua participação no ataque do Novo Cangaço, que visava roubar caixas eletrônicas em Guararema, São Paulo.
A defesa de Edilson alega que ele não possui mais pendências com a Justiça e questiona o fato dos boletins de 2015 estar sendo usado para inviabilizar sua candidatura durante o ano eleitoral. No entanto, o candidato não apresentou defesa durante o processo de suspensão da candidatura, que culminou na decisão publicada no dia 8 de setembro.
O caso Novo Cangaço
O ataque do Novo Cangaço, pelo qual Edilson foi condenado, ocorreu em 2009, quando uma quadrilha tentou roubar caixas eletrônicas após atacar uma companhia da Polícia Militar em Guararema. Edilson, que na época era policial militar, teria fornecido informações privilegiadas à quadrilha, o que foi examinado em suas reportagens tanto pela Justiça comum quanto pela Justiça Militar.
Envolvimento do PRTB e PCC
A candidatura de Edilson ganhou repercussão nacional em meio a uma série de reportagens que vinculam lideranças do PRTB a atividades criminosas. O ex-presidente estadual do partido, Tarcísio Escobar de Almeida, e seu sócio, Júlio César “Gordão” Pereira, são investigados por suspeita de trocar carros de luxo por cocaína, além de realizarem atividades coordenadas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Mogi das Cruzes e Baixada Santista.
O candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, defendeu seus colegas de legenda e negou qualquer envolvimento do partido com o crime organizado.